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Por: Brendha Gomes - Local Notícias
Em ano de eleições é bastante comum um fenômeno social dá o ar de sua graça na sociedade, a “inimizade eleitoral”. Os discursos, outrora bem quistos, agora geram desconfiança, desorientação, e claro, muita fofoca.
Os amigos de longas datas viram inimigos de infância, quando o assunto é política. “Discordar” torna-se palavra “no grata” e senha de ativar bombas. Muitos se vêm no dilema dramático de expor ou não expor seus ideais. E aí a pergunta: Eu posso votar em quem eu quero?
Em época de democracia, ela parece estar tão invisível que há de duvidar de sua integridade. O sistema democrático brasileiro já não é mais confiável (se é que algum dia foi), hoje não passa mais de uma mera ilusão proposta pelas classes dominantes de espírito individualista, e com isso muitos vivem oprimidos e sufocados com a tarefa amarga de esconder seus sentimentos. “Que liberdade temos, que liberdade queremos”- confesso que ainda não sei!
Para os apaixonados pela leitura, tantos leitores, quanto jornalistas, a doce tarefa de escrever torna-se, em alguns casos, uma guerra declarada (quase um atentado ao pudor) contra àqueles que discordam de nossos meros textos, frases, citações, enfim, qualquer coisa escrita.
É fácil imaginar (e não entender) o porquê de após a publicação de um artigo na imprensa, o Joãozinho já evita os meus cumprimentos. Muitas vezes o que se escreve desagrada mais ao amigo-eleitor do que o próprio candidato.
Já perdi a conta de quantos afetos, viraram desafetos, e quantos amigos, tornaram-se inimigos. Se isso me dói?Até dói, mas não me mata. Afinal eu continuo escrevendo o que penso e acredito, e talvez eu não pare nunca. Foi a profissão que escolhi!
Quanto aos dissabores, Ah, os dissabores! Se não puderam respeitar minha humilde opinião e aceitar-me como sou, dificilmente eu voltarei a sentir falta de suas companhias.