por Brendha Gomes Quem passeia pela Praça da Bíblia presencia todos os dias várias bancas de camelôs espalhadas pela praça. São redes, cd’s, óculos, relógios, lanches, tudo com o preço mais baixo do mercado e acessível a classe C,D, F... Atuar na informalidade na maioria das vezes não é somente a vontade de querer ter seu próprio negócio, mas é também fruto da falta do emprego, da inexperiência e da pouca às vezes nenhuma qualificação profissional. O comércio paralelo acaba sendo uma necessidade e uma forma de incluir cidadãos de bem no capitalismo.
Esses autônomos não são apenas pessoas que deixam de contribuir com o estado, não são apenas cidadãos que acabam suas barracas em qualquer espaço, são pessoas de todas as idades, idosos, adultos (e em alguns casos crianças ajudando os pais), e tentando sobreviver ao duro sacrifício de trabalhar 8 a 9 horas por dia.
Dona Maria Raimunda, é moradora do bairro Recanto dos Pássaros e todos os dias leva cerca de meia hora para chegar até o centro da cidade, ela carrega em sua bicicleta todo os produtos que vai colocar à venda. Maria, como muitas “Marias” que existem por aí, é mãe, esposa, e é através da sua barraca que tira o alimento que põe na mesa, muito embora nem sempre consiga arrecadar um bom dinheiro, afinal não é todo dia que se vende bem. “Depende mais da época do ano. A época que conseguimos vender mais é em dezembro e no festejo da cidade em setembro”- explica ela.
Para Maria também existe um dia em que as vendas são boas, como o dia do pagamento do Bolsa Família. O pessoal do interior aproveita a viagem e compra bastante.
O mercado informal, não é uma vida muito fácil. Além do esforço de tentar vender o que nem sempre é muito útil, eles ainda convivem com o medo do despejo. As bancas em cima da praça não são autorizadas pela prefeitura, aliás, a prefeitura já cedeu um lugar para os comerciantes ambulantes, o antigo mercado central, só que eles insistem em continuar na praça. “Ninguém passa por lá, só quem está indo para as suas casas mesmo. Mas é aquela rotina de sempre, eles mandam a gente sair daqui, mas depois voltamos novamente”- ressaltou Maria.
E assim os mercado informal da Praça da Bíblia vai vivendo, enquanto não são (novamente) convidados a sair, eles continuam tentando ganhar o pão de cada dia.