Agricultores tradicionais denunciam grilagem, desmatamento e envenenamento de pessoas e animais
Diversas comunidades rurais dos municípios de Brejo, Buriti de Inácia Vaz e Anapurus localizadas no Baixo Paranaíba Maranhense denunciaram durante encontro realizado no Povoado de Palestina (Brejo) a forma violenta como os grandes produtores que se dizem “proprietários” de grandes áreas de terra vem atuando na região.
Os instrumentos e métodos utilizados para pressionar os agricultores tradicionais que vivem do cultivo e da coleta nos cerrados do nordeste maranhenses para que estes abandonem suas áreas são desumanos, que lembram uma terra sem lei e sem estado. Segundo relato de um agricultor da comunidade de Acampamento em Brejo. “Estamos vendo os outros chegar, invadir nossas comunidades e não temos coragem de reagir. Ano passado 28 cabeças de gado foram envenenadas e morreram por uso de agrotóxicos e ninguém fez nada”
Ainda relativo ao uso indiscriminado de agrotóxicos na região é a contaminação das fontes de água e das moradias, “quando não é da plantação... é dos aviões que passa por cima das casas, nas nossas plantações (arroz, feijão, legumes) tudo se estraga. O vento dispersa o veneno, fazem voos razantes sobre as áreas de moradia das comunidades sem nenhuma preocupação” relata um agricultor de Palestina, município de Brejo. Ainda como conseqüência foi relatada a morte de um jovem após 15 dias que estava trabalhando na lavoura de soja. Afirmam os agricultores, que foi por causa do contato direto com agrotóxicos na lavoura da soja. O período mais crítico para as comunidades são os meses de abril e maio quando são realizadas as pulverizações dos campos de soja por pequenos aviões. Neste período a comunidade toda sofre, principalmente, os idosos e as crianças.
Outra situação muito comum, que exemplifica a dura realidade vivida pelas comunidades é o caso do Povoado Cruz, onde um agricultor tradicional encontra-se “ilhado” no interior de 27 hectares, por todos os lados de sua área, os chamados “gaúchos” estão desmatando e ameaçam desmatar o restante da área que ele trabalha e que continua em pé.
Diversas comunidades rurais dos municípios de Brejo, Buriti de Inácia Vaz e Anapurus localizadas no Baixo Paranaíba Maranhense denunciaram durante encontro realizado no Povoado de Palestina (Brejo) a forma violenta como os grandes produtores que se dizem “proprietários” de grandes áreas de terra vem atuando na região.
Os instrumentos e métodos utilizados para pressionar os agricultores tradicionais que vivem do cultivo e da coleta nos cerrados do nordeste maranhenses para que estes abandonem suas áreas são desumanos, que lembram uma terra sem lei e sem estado. Segundo relato de um agricultor da comunidade de Acampamento em Brejo. “Estamos vendo os outros chegar, invadir nossas comunidades e não temos coragem de reagir. Ano passado 28 cabeças de gado foram envenenadas e morreram por uso de agrotóxicos e ninguém fez nada”
Ainda relativo ao uso indiscriminado de agrotóxicos na região é a contaminação das fontes de água e das moradias, “quando não é da plantação... é dos aviões que passa por cima das casas, nas nossas plantações (arroz, feijão, legumes) tudo se estraga. O vento dispersa o veneno, fazem voos razantes sobre as áreas de moradia das comunidades sem nenhuma preocupação” relata um agricultor de Palestina, município de Brejo. Ainda como conseqüência foi relatada a morte de um jovem após 15 dias que estava trabalhando na lavoura de soja. Afirmam os agricultores, que foi por causa do contato direto com agrotóxicos na lavoura da soja. O período mais crítico para as comunidades são os meses de abril e maio quando são realizadas as pulverizações dos campos de soja por pequenos aviões. Neste período a comunidade toda sofre, principalmente, os idosos e as crianças.
Outra situação muito comum, que exemplifica a dura realidade vivida pelas comunidades é o caso do Povoado Cruz, onde um agricultor tradicional encontra-se “ilhado” no interior de 27 hectares, por todos os lados de sua área, os chamados “gaúchos” estão desmatando e ameaçam desmatar o restante da área que ele trabalha e que continua em pé.
Baixo Parnaíba: Comunidades Rurais atingidas pelos impactos da monocultura da soja reúnem-se em Brejo
Representantes de Anapurus, Brejo e Buriti de Inácia Vaz discutem medidas e ações durante a realização do I Seminário das Comunidades de Brejo no Povoado de Palestina.
Representantes de diversas comunidades dos municípios de Anapurus, Brejo e Buriti de Inácia Vaz relataram e discutiram a situação nos seus referidos municípios diante da expansão desenfreada do agronegócio dos monocultivos, principalmente da soja.
Entre os impactos e situações relatadas foi constante a afirmação parafraseada “Eles- os gaúchos- não expulsam tocando cachorro, nem na violência armada, apenas usando as áreas de fundo e circulando os pequenos proprietários, isolando-os e deixando-os numa situação sem condição de sobreviver nestas ilhas de terra” que constata uma das práticas mais utilizadas pelo agronegócio na região do Baixo Parnaíba para expulsar os agricultores de suas terras.
Em 2008 houve grandes desmatamentos, áreas foram griladas, mas os cartórios e algumas prefeituras emitiram documentos falsos facilitando o avanço em áreas de comunidades tradicionais. Hoje muitos trabalhadores estão sem terra para o plantio de culturas alimentícias (arroz, mandioca, feijão, milho). Não podem mais criar, não tem lenha pra torrar a farinha. Estão desprovidos daquilo que sabem trabalhar e de manterem sua sobrevivência e de suas famílias.
Foram também destacadas as situações da saúde, educação, merenda escolar, telefonia pública, segurança pública, saneamento básico nos municípios. Estas informações fazem parte de um relatório levantado pelas comunidades que participaram do Encontro.
Entre os impactos e situações relatadas foi constante a afirmação parafraseada “Eles- os gaúchos- não expulsam tocando cachorro, nem na violência armada, apenas usando as áreas de fundo e circulando os pequenos proprietários, isolando-os e deixando-os numa situação sem condição de sobreviver nestas ilhas de terra” que constata uma das práticas mais utilizadas pelo agronegócio na região do Baixo Parnaíba para expulsar os agricultores de suas terras.
Em 2008 houve grandes desmatamentos, áreas foram griladas, mas os cartórios e algumas prefeituras emitiram documentos falsos facilitando o avanço em áreas de comunidades tradicionais. Hoje muitos trabalhadores estão sem terra para o plantio de culturas alimentícias (arroz, mandioca, feijão, milho). Não podem mais criar, não tem lenha pra torrar a farinha. Estão desprovidos daquilo que sabem trabalhar e de manterem sua sobrevivência e de suas famílias.
Foram também destacadas as situações da saúde, educação, merenda escolar, telefonia pública, segurança pública, saneamento básico nos municípios. Estas informações fazem parte de um relatório levantado pelas comunidades que participaram do Encontro.
Sindicalismo e políticos em baixa
Outra constatação é a vivenciada atualmente no movimento sindical, que encontra-se desmobilizado e em muitos casos o sindicato é omisso deixando reféns os trabalhadores rurais, sem nenhuma perspectiva de organização ou de luta em prol destes. Esta afirmação parte também de sindicalistas que relataram a situação dos sindicatos em alguns municípios, afirmando que estes pouco contribuem nas lutas do trabalhador rural.
A situação dos eleitos (prefeitos, vereadores, deputados), o poder público, o sindicalista, ninguém mais defende os trabalhadores.
Comunidade de São João de Pilões: preservação e renda a partir de espécies nativas
Em São João dos Pilões (povoado próximo a cidade de Brejo) uma iniciativa que a comunidade esta utilizando para a preservação ambiental e de suas atividades artesanais é a implantação de um viveiro com mudas nativas para reflorestar o cerrado local. Congrega cerca de 130 pessoas em 2.500 ha. Estes trabalham diretamente com a fabricação de peças artesanais a partir de espécies florestais do cerrado que estão em risco de extinção pelo desmatamento para o plantio de grãos. A principal espécie florestal trabalhada é o pequi, que através do manejo pela comunidade de São João tem sido a principal atividade econômica e secular sem o declínio da mesma, já que o pequi rebrota nesta prática.
Demandas a serem trabalhadas
Entre algumas demandas levantadas no Encontro estão a discriminatória das terras, a formação de um fórum próprio para reunir os sindicatos do Baixo Parnaíba para discutir os problemas e pensar estratégias de atuação e ações.
_______________________________________
Por: Edmilson Pinheiro (Fórum Carajás)
*Adaptado do relatório do I Encontro das Comunidades de Brejo(MA), 23\05\09
www.forumcarajas.org.br
Por: Edmilson Pinheiro (Fórum Carajás)
*Adaptado do relatório do I Encontro das Comunidades de Brejo(MA), 23\05\09
www.forumcarajas.org.br