Por Alexandre Pinheiro (Blog do Alexandre)
Como apreciador do carnaval este ano minha avaliação fica bastante prejudicada pela perda do grande amigo J. Coutinho, que me tirou a animação. Mas como entrei em defesa da festa em Chapadinha, arrisco alguns comentários.
Basta ver alguns aspectos para se notar que o nosso carnaval – que já esteve entre os melhores do estado – este ano foi menor que os anteriores. Porém, ser numericamente mais modesto não significa necessariamente que tenha sido ruim.
Por uma série de fatores os blocos de axé ou acabaram ou definharam. A presença de público diminuiu também no Abrigo e nos camarotes da Praça Irineu. O BCC compensou a diminuição de público com a animação dos brincantes, o que demonstra que não precisa mega-multidões para alegria contagiar.
Ponto alto do reinado de Momo, o Baile a Fantasia do “Chapadinhamente Nós” foi um sucesso total, decoração impecável e fantasias cada vez mais caprichadas fizeram uma festa em nível de cidade grande.
Bem freqüentados foram as vesperais do Pantanal e da Associação “Cangaia”. O bloco de sujo foi mantido pela novíssima geração, já que os tradicionais foliões, que há exatos 21 anos saem às ruas, estavam saindo do sepultamente de um de seus pares.
A Praça Irineu Galvão (Praça do Povo) esteve lotada, uma multidão vibrava na paz com bandas bem melhores que as do ano passado. Carnaval é diversidade, deve ter espaço para todos os ritmos. Do axé ao forró elétrico ao gosto da moçada às marchinhas da saudade e dos eternos carnavais. Mas para o carnaval de rua – a exemplo de Pinheiro – o melhor e mais barato são os blocos de sujos ou temáticos, sem cordas ou abadás. Os blocos de axé devem voltar a dispersar na Praça Irineu o que aumenta o público nos blocos, no camarote e incrementa a folia. Fica as sugestões para os organizadores públicos e privados.
Podemos resumir que mesmo não tendo um carnaval ruim, já não figuramos entre os melhores. Para além da política de pão e circo, com medidas simples que envolvem o poder público e a sociedade temos como resgatar o carnaval que alegra, movimenta a economia, gera emprego e renda. Afinal estar entre os melhores é sempre mais que ser apenas bom.