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domingo, 3 de junho de 2012

Moral no Candidato, Dignidade no Eleitor - “Quem Nao Tem Moral, Escolhe Gente Igual”

Por: *Pe. Manuel Neves - Pároco de Chapadinha
Diz Platão que a política é uma atividade régia. Isto é: tarefa própria para pessoas-pessoas, para gente madura, para seres humanos acima do ridiculamente comum. Não é função de canalha, nem de pessoas incompetentes ou irresponsáveis. Hoje diríamos também que não é atividade dominadora para ser exercida por monarcas soberanos.

O povo tanto sofre quando é explorado por um dominador, como quando é usado por um incompetente. A política é uma arte exigente e com fortes consequências sociais. Não pode ser confundida com esperteza oportunista nem com incompetência altaneira. Política é uma virtude que, para tanto, exige preparação, tirocínio, exercício de competência, capacidade de renúncia ao individual em favor do bem comum, exercício de sensibilidade fraterna e solidariedade comprovada com atos.


Política é uma ciência que exige simpatia e tenacidade para congregar colaboradores afetivos e efetivos que simpatizem com o projeto de trabalho escolhido e estejam dispostos a assumi-lo e se sacrificar por ele. A política não é só pretensão pessoal. É jeito próprio, é carisma, é capacidade nata, é dom de Deus para bem dos outros. É ação conjunta para atingir o maior número. Não pode querer ser político quem é solitário, não tem projeção social e é muito individualista. Depressa ficará sozinho a realizar suas manias e rodeado de sanguessugas que não colaboram, apenas se aproveitam. O megalomaníaco, isto é, o que se julga superior ao que é e aos outros, não dá para ser político. Quem não tem ou não se quis dedicar por sua família não deve pensar em ser político.


Não merecem crédito os profissionais da mentira, os aldrabões ou os preguiçosos por natureza. Política não é jeitinho malandro que se exibe nem pretensão maníaca que se engorda. É dever que se cumpre, apelo do povo que se atende, sacrifício pelo bem comum que se aceita, esforço de promoção social da sociedade que se faz. A política é atividade de gente séria que serve não só para administrar bens, mas também para dar exemplo de vida que promova, para transmitir valores que atraiam e edifiquem, para influenciar com seu exemplo de moral pessoal e familiar a sociedade.

Que ninguém queira que o público ouça só as palavras pronunciadas e feche os olhos ao que é patente e nada digno de elogio. Nos momentos de eleição, a privacidade do candidato, por mais privativa que seja, não fica sem ser olhada, falada, tornando-se decisiva na influência da escolha. E há coisas que atraem e coisas que causam repulsa. Na escolha nota-se bem não só a influência do candidato, mas também o grau de dignidade de quem escolhe.


O provérbio é velho: “quem não tem moral, escolhe gente igual!” Cada povo tem as autoridades que merece.

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