GH Marmoraria & Vidraçaria

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terça-feira, 16 de março de 2010

Produtores de soja da Região do Baixo Parnaíba iniciam semeação de nuvens

Cerca de 20 produtores de soja da Região do Baixo Parnaíba encontraram uma alternativa para amenizar os prejuízos causados pela seca na região. O grupo contratou a empresa ModClima, que desde sexta-feira (12) passada iniciou um processo de semeação de nuvens. Ainda na sexta, as chuvas caíram em algumas localidades dos municípios de Anapurus e Brejo, mas os produtores ainda estão avaliando os resultados.

A semeação de nuvens, também chamada de bombardeamento de nuvens, consiste em lançar gotículas de água de tamanho controlado em nuvens selecionadas, gerando uma precipitação pluviométrica. “No caso desta região nós estamos sobrevoando com cerca de 300 litros de água potável e notamos que foram formadas algumas nuvens que provocaram chuvas localizadas”, explicou o piloto da empresa, Ricardo Imai. “Este processo é muito comum na região Nordeste e nós fizemos um trabalho semelhante a este na Bahia. É importante ressaltar que utilizamos somente água potável, sem nenhum produto químico, como o cloreto de sódio ou iodeto de prata, que são utilizados em outras regiões”, esclareceu ele.


Há cerca de 30 dias não chovia na região do Baixo Parnaíba e na última sexta-feira, em alguns locais o índice pluviométrico chegou a atingir 100mm. “A informação que tínhamos era de que não iria chover por estes dias então nos reunimos e resolvemos buscar ajuda, contratando esta empresa de São Paulo. Quando eles chegaram aqui as nuvens estavam propícias para fazer a semeação. Algumas chuvas aconteceram e nós iremos fazer uma avaliação desse trabalho, que vai durar ainda alguns dias”, afirmou o produtor de Brejo, Vilson Ambrozi, que também é um dos membros da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Grãos, criada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima).
O secretário adjunto da Sagrima, Antônio Gualhardo dos Álvares Prazeres, esteve reunido na Fazenda Europa, em Anapurus, com alguns produtores da região. “Como parte da estratégia de fomentar o agronegócio esta câmara setorial identifica os entraves na cadeia produtiva e articula as soluções junto aos setores competentes. O secretário Afonso Ribeiro foi convidado pelos produtores daqui, mas já tinha um compromisso assumido anteriormente, então determinou que eu viesse e acompanhasse esse processo de semeação das nuvens”, informou Gualhardo.
Avaliação
Gualhardo informou ainda que, por solicitação do secretário Afonso Ribeiro, uma equipe da Defesa Civil visitará 49 municípios da região de Chapadinha, Caxias, Codó e Timon para avaliar a intensidade da estiagem e das perdas agropecuárias. “Esse trabalho será feito juntamente com a equipe dos escritórios regionais da Agência de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Agerp), que é um órgão vinculado à Sagrima”, afirmou Antônio Gualhardo.
Os produtores da Região do Baixo Parnaíba contaram que a previsão de área de plantio de soja na região era de 60 mil hectares de área mecanizada, mas apenas 48 mil hectares foram plantados por causa das secas. Com o atraso das chuvas, eles calculam que haverá uma perda de 20% da produtividade, que em média é de 3 mil quilos hectares.
Muitos produtores tiveram que fazer dois e até mesmo três plantios em algumas áreas e agora torcem para a semente germinar e para chuva normalizar. “Nossa receita líquida é pequena e não podemos perder a safra de um ano, senão quebramos”, afirmou o produtor Raul N. Von Mühlen, que escoa a produção via Porto do Itaqui e também para o estado do Ceará.

Na opinião do produtor Raul Mühlen, a construção do Terminal de Grãos do Porto do Itaqui contribuirá para o escoamento da produção. “É muito importante o apoio do setor público, porque a facilidade no escoamento dos grãos vai alavancar a produção já que reduzirá os custos, refletindo em mais investimentos na plantação, ou seja, da porteira para dentro”, avaliou ele.
Ascom/Sagrima

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