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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

SUZANO Está em Processo de Encerramento de Produção no BAIXO PARNAÍBA

Com o aumento de negócios nos últimos dez anos da empresa Suzano Papel e Celulose que explora diretamente ou através de terceirizadas o plantio e extração e beneficiamento do Eucalipto (inclusive para produção de carvão) muito tem se discutido sobre os impactos ambientais sobre a plantação dessa monocultura no território maranhense.

Essa empresa em suas audiências públicas – verdadeira peça teatral para passar a idéia de uma empresa ecológica– usam os argumentos de geração de emprego, capacitação e assistência à comunidades tradicionais, reflorestamento e outra balelas que são aceitas pelos governos municipais e estadual, aliás, elas só se instalam tendo muitas concessões de impostos e tributos.

Acabamos de receber a informação que na região do Baixo Parnaíba a ordem é encerrar suas atividades ou no mínimo investimento zero. Qual seria agora o discurso da empresa após ter devastado várias áreas de cerrado – bacuri, pequi, babaçu etc -, ter usado o cultivo de uma planta que não é nativa durante vários anos além dos defensivos – venenos –e agora, a demissão dos postos de trabalho de quem deixou a vida de pequeno produtor rural para ser operário da empresa?

Podemos citar várias justificativas para a retirada da empresa da região, uma mais recente é o fato da empresa estar sentindo o impacto da crise internacional – grande parte de sua produção vai para o exterior -, ou pelo fato da necessidade do capital de estar se movimentando geograficamente em busca de condições de produção e mão de obra mais barata e ainda do fato de que há inúmeros litígios referentes a não comprovação legal pela empresa da posse das terras que vem numa briga com movimentos tradicionais – inclusive quilombolas: Bom Sucesso e Mata Roma -, em nossa analise, a retirada dos negocias dessa região é a soma de todos esses e, uma vitória para os movimentos sociais que brigam pelo direito dos poceiros, quilombolas e ambientalistas.

O processo de acumulação de capital no modo de produção capitalista é mais previsível do que parece, seu discurso de redentor econômico cai por terra nesses momentos. Na ânsia de explorar e explorar (homens e meio ambiente) para lucrar se mostra como um mal necessário ao se implantarem num município, quando vem a crise pra eles é fácil abandonar o município, lançar os trabalhadores no desemprego e deixar o rastro de degradação ambiental dificultando a retomada de uma nova atividade na terra.
 
 
Wilson Leite
 

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