Por: Anaximandro Silva Cavalcanti - Psicólogo
Cada religião possui o esboço de seu deus; e instrui a pensar e crer dentro dos limites desse esboço. Sendo assim, temos dez formas diferentes de ver Deus que se distribuem em dois milhões de deuses diferenres, que são “negados” de vinte mil formas diferentes.
Cada religião possui o esboço de seu deus; e instrui a pensar e crer dentro dos limites desse esboço. Sendo assim, temos dez formas diferentes de ver Deus que se distribuem em dois milhões de deuses diferenres, que são “negados” de vinte mil formas diferentes.
O adepto de uma religião está convicto de que ela possui a "verdade". Seus teólogos e filósofos meditaram e estudaram profundamente sobre sua doutrina; estão convencidos de haver encontrado a "verdade". O resultado é uma forma fechada de pensar que fomos induzidos a aceitar desde a infância, nos tornando por demais bitolados, chegando a conclusões inatacáveis. Estamos exageradamente amarrados a velhas estruturas mentais e não damos lugar à imaginação e à especulação, que por si sós estimulariam um impulso criador. Não obstante, muitas gerações viveram e vivem na convicção de estar de posse da "verdade".
Podem ser arqueologicamente comprovados, na Mesopotâmia, vários fatos do Antigo Testamento, mas, nem por isso, esses fatos verificados são provas da "verdade" da respectiva religião. Quando em alguns pontos são escavadas cidades, aldeias, poços ou escritos antiguíssimos, tais achados demonstram que a história daquele povo é genuína. Não se comprova com isso que a forma desse povo ver Deus seja a única verdadeira.
Podem ser arqueologicamente comprovados, na Mesopotâmia, vários fatos do Antigo Testamento, mas, nem por isso, esses fatos verificados são provas da "verdade" da respectiva religião. Quando em alguns pontos são escavadas cidades, aldeias, poços ou escritos antiguíssimos, tais achados demonstram que a história daquele povo é genuína. Não se comprova com isso que a forma desse povo ver Deus seja a única verdadeira.
Julgo que não podemos possuir a "verdade". Pode se, na melhor das hipóteses, acreditar nela. Quem realmente procurar a verdade, não pode e não deve procurá-la unicamente sob as premissas e dentro dos limites de sua própria religião. Caso contrário a insinceridade presidirá ao exame de matéria que exige máxima integridade. Afinal, qual é o objetivo da vida? Crer na "verdade", ou procurá-la?
Entrementes, com os avanços da ciência o homem conquistou espaços que aparentemente, não lhes eram destinados. Se ontem ele desejava voar, hoje ele pousa na lua, e em submarinos atômicos, ele vive meses a fio debaixo d'água. Com sua inteligência criou para si asas e guelras, que o Criador não lhe dera.
Não se pode fechar os olhos diante a realidade, e o desenrolar da história vai dia a dia desmanchando velhas certezas, afinal, ainda não faz muito tempo que, por parte de entendidos na matéria, se afirmasse que pedras (= meteoros) não poderiam cair do céu, porque no céu não havia pedras. Ainda no século XIX houve matemáticos que chegaram a calcular convincentemente que um trem de ferro nunca poderia viajar a uma velocidade maior do que 34 quilômetros por hora, porque, do contrário, a pressão lhe retiraria o ar e com isso os passageiros morreriam asfixiados. Há menos de cem anos foi "provado" que um objeto mais pesado que o ar nunca poderia voar.
Dentro de pouco tempo a ciência nos levará a desbravar outros mundos, outros espaços que tornará duvidosas as nossas religiões, e as nuvens teológicas desvanecer-se-ão, rasgar-se-ão como pedaços de neblina.