Por: *Ivandro Coêlho - Blog Café Pequeno
Já havia falado aqui que o carnaval é uma festa popular importante. E que a tentativa de impedir a folia - sob a alegação de que o município decretara estado de emergência - tinha motivação política. Qual era a intenção dos oposicionistas? Jogar o ônus de uma decisão polêmica como essa no colo da prefeita. No final, eles seriam os primeiros a dizer: “Foi ela que não quis”.
Felizmente Dulcilene Belezinha não caiu nessa. Resultado: o carnaval está sendo indo muito bem. Basta ver a alegria estampada no rosto dos foliões que frequentaram a Praça do Povo no primeiro dia do evento. Poderia ser melhor? Claro que sim! Poderíamos ter, por exemplo, o circuito de rua, com a participação de blocos organizados, tal como ocorre em São Luís, no bairro da Madre Deus.
A praça Coronel Luís Vieira também deveria ter uma programação especial, com uma organização que evitasse aquela bagunça de tantos carros de som. As atrações musicais da Praça do Povo poderiam ser mais diversificadas etc. etc. etc. Mas, para começo de governo - e diante de todas as adversidades -, pode-se afirmar sem medo que o carnaval de Chapadinha 2013 é um sucesso.
As loas devem ser divididas também como o secretário de Cultura, Herbert Lago. Por ter vivenciado o drama dos artistas populares na pele (Lago é escritor e poeta), ele teve a sensibilidade de convidar grupos e artistas locais para participar da festa de momo. E o que é melhor: não apenas como assessórios exóticos, mas como protagonistas de uma nova cena cultural na cidade.
A atitude do secretário certamente vai ajudar a quebrar preconceitos e forjar um gosto pelo que é produzido aqui. Espero que essa tendência se aprofunde e se fortaleça ainda mais ao longo dos anos. Para isso, é necessário que aconteça o I Fórum Municipal de Cultura - uma iniciativa que já existe em várias cidades do interior e principalmente na capital do Maranhão.
São ações como essa que irão demarcar uma nova fase na agenda cultural do município, incluindo o carnaval. Torço para que isso dê certo e, assim, a gente não retorne aos tempos da política do pão-e-circo, quando a música que me vinha sempre na cabeça era uma canção de Luís Melodia: “Carnaval, carnaval, eu fico triste quando chega o carnaval”.
*Ivandro Coêlho, é professor e jornalista.