”A reta final da campanha eleitoral em Chapadinha foi torta. Meteu curvas exageradas. Os momentos finais demonstraram princípios norteadores nada corretos. Ficou sobejamente comprovado que a educação política é fraca ou quase inexistente. Alguns candidatos, não tendo projetos de ação, quiseram-se evidenciar na zoada. Trocaram idéias por foguetes, comunicações convincentes por fogos estridentes.
O que resultou foi que, na vez de informação, tivemos confusão, na vez de campanha eleitoral houve carnaval, na vez de política fez-se demonstração criminosa de corrupção. Deu-se gasolina para juntar motos e carros, houve filas de pedintes para receber dinheiro dos candidatos, houve perturbação do ambiente e do sossego públicos em excesso. Estamos todos saturados de tanto incômodo. A busca de promoção num cargo público foi tão grande que o número de candidatos espanta.
No Maranhão concorreram a deputados estaduais 420 pessoas, a deputados federais 174, a senadores 12 e a governadores 7. Quanto dinheiro não foi gasto para toda esta corrida? E quanto o Estado não deve ter despendido? O que interessa é criar empolgação, mostrar grandeza que entusiasme o povo e esmague os adversários. Há esforço para que o povo arquive a razão e se deixe levar pela emoção. Trabalha-se o coração para substituir a razão. Impossibilita-se o estudo para que se vote pelo sentimento. Adia-se a transformação para preferir a estagnação. A manifestação de poder econômico supera a demonstração de utilidade pública de algumas candidaturas. Amordaça-se a consciência da população.
No carnaval, as passistas ostentam formas corporais, aqui exibe-se a espessura da carteira, a riqueza de meios. Ambas as maneiras imorais de péssimo comportamento social. E, na falta do uso do raciocínio, prioriza-se o candidato e abandona-se o povo. Os interesses individuais ganham ao bem comum.
E, acabadas as eleições, depois de tanto cansaço, adormece-se a responsabilidade. Ah! sono bom durante o qual alguns irresponsáveis vão juntar meios para a próxima campanha eleitoral! E assim se adia o esforço para que haja democracia! Felizmente que há uma plêiade de Promotores e Juizes novos que, com a Polícia Federal, vêm estragando algumas artimanhas!”.
Boletim in Vida Nova/Paróquia de Chapadinha