Cisterna Escolar em Marajá do Sena |
Neste dia 22 de março, é celebrado o Dia Mundial da Água. Segundo o último relatório mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos, mais de dois bilhões de pessoas no mundo não têm acesso à água potável e saneamento básico. Um dado preocupante que, no Maranhão, busca ser contornado com políticas de acesso a água.
São ações que têm sido executadas, principalmente, nas zonas rurais dos municípios, pois são os que mais sofreram ao longo dos anos com a falta de políticas públicas para o desenvolvimento humano.
O Sistema da Agricultura Familiar – formado pela Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF), Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Agerp) e Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma) – vem executando projetos que garantem água de qualidade e combate à pobreza no campo, socializando tecnologias sociais que garantem a soberania dos homens e mulheres de comunidades rurais.
Agricultora Ivaneide, de Matinha |
Em parceria com o Ministério da Cidadania, Secretaria Especial do Desenvolvimento Social, o Sistema da Agricultura Familiar executa o programa Cisternas, Primeira e Segunda Água, que tem como objetivo a promoção do acesso à água para o consumo humano e produção de alimentos. A meta é construir mais de 7 mil tecnologias em 93 municípios.
Até o momento, já foram implantadas 1.648 cisternas dos tipos telhadão multiuso com capacidade de armazenamento de 25 mil litros, cisternas de placas familiar de 16 mil litros, cisternas escolares de 52 mil litros e barreiros trincheira familiar de 500 mil litros. Mais de 26 mil pessoas, entre agricultores familiares, comunidades tradicionais, indígenas, estudantes e população das zonas rurais têm sido beneficiadas por estes projetos que asseguram água de qualidade.
Por meio destas cisternas, as águas pluviais são coletadas do telhadão por meio de calhas e armazenadas, em reservatório cilíndrico e coberto. Nas cisternas escolares, a água é destinada para o consumo dos alunos, professores e, ainda, preparo da alimentação escolar.
Cisterna para produção no Maranhão |
O secretário de Estado da Agricultura Familiar, Júlio César Mendonça, destacou o papel desempenhando pelo Governo no intuito de garantir recursos hídricos para a população rural de baixa renda. “Os programas que desenvolvemos têm por objetivo primordial levar água a quem não tinha. Contemplamos centenas de famílias com tecnologias simples, mas de eficácia social elevada, incorporando neste processo a assistência técnica, com apoio da Agerp, assim como o processo de regularização fundiária, realizado pelo Iterma, equacionando os problemas básicos e crucias de acesso à água para essas famílias”, disse.
“Neste Dia da Água, nos sentimos orgulhosos em saber que estamos trilhando e realizando ações que visam a soberania e bem estar social do povo do Maranhão”, frisou Júlio Mendonça.
No município de Barra do Corda, na aldeia indígena Tamburi, a escola Teodorico Anacleto da Silva é um exemplo das melhorias que o programa Cisternas levou para a comunidade. Além de garantir água para abastecer as unidades de ensino, a água também é redistribuída para as famílias da aldeia. Segundo o cacique Renato Guajajara, antes da cisterna ser construída os professores enfrentavam dificuldades no abastecimento na escola.
“Eles tinham que ir em um poço buscar a água para as tarefas diárias, como limpeza. Agora, melhorou muito com essa cisterna. Facilitou a vida dos professores e de toda a aldeia” afirmou o cacique.
Além da tecnologia do programa Cisternas, a Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF) está construindo Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água, que beneficiarão milhares de famílias em 38 municípios. Os SSAAs são compostos por poços tubulares, reservatórios com capacidade de armazenamento de 15 mil litros e ligações domiciliares, levando água de qualidade para centenas de famílias do Maranhão.
Publicidade |
O Governo do Estado já realizou a entrega de 24 Sistemas de Abastecimento de Água, beneficiando mais de 900 famílias, como a agricultora Ivaneide Ribeiro, de 53 anos, moradora do povoado João Luís, município de Matinha.
Para ter água em casa para beber e preparar os alimentos ela tinha uma rotina pesada. Transportava a água numa canoa e ao chegar na beira do campo, carregava na cabeça os baldes para dentro de casa. Agora, Ivaneide realizou um sonho antigo, o de ter água encanada em casa.
“Eu rezava todos os dias para essa água chegar na minha casa e, graças a Deus, esse sonho virou realidade. A gente sofria muito com a falta d’água. No período da seca, a gente pagava carro ou moto para trazer os baldes em casa. Agora, temos água encanada para os afazeres domésticos, beber e produzir,” relatou a agricultora.
Outro projeto desenvolvido pelo Estado para garantir água de qualidade às populações do campo é o Programa Água Doce, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional, que visa a dessalinização. O sistema de dessalinização dispõe de tecnologia com sistema de osmose inversa, que é o filtro mais potente que tem hoje no mundo. Ou seja, ele não só irá retirar o sal da água, mas tira também bactérias, vírus, metais pesados e agrotóxicos.
O Programa vai abranger 20 municípios maranhenses, sendo que seis estão entre os do Plano Mais IDH. O público de interesse são agricultores familiares, comunidades quilombolas e assentados de programas dos governos Estadual e Federal. Com a execução do Água Doce, mais de 9 mil pessoas serão beneficiadas.
“O Água Doce está presente nos nove estados do Nordeste e em Minas Gerais. Todos precisam assumir sua parte, a comunidade, o Município, o Estado e o Governo Federal”, disse o secretário Júlio César Mendonça.
Publicidade |