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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Um favor à oposição e um desprezo ao povo

"É uma vergonha! Pior: uma perversidade, um crime, um atrevimento irresponsável e revoltante. Mensalão para cá, mensalinho pra lá, dinheiro nas meias, na cueca, dinheiro passado para as mãos, para os bolsos, eu sei lá para onde!...
Dinheiro aos montes, aos montões... escândalos políticos, econômicos e até esportivos pipocam por todos os noticiários nacionais e locais. E o resultado final termina sempre: "ninguém é punido!"
E há gente que não tem vergonha nem escrúpulos. Prejudica a sociedade e depois coloca um sorrisinho paripatético, tentando passar por inocente". A sociedade tem que estar alerta e fazer plantão de esforço contra o individualismo egoísta. Este corrói por dentro, inutiliza o trabalho de muitos e fomenta a corrupção na comunidade. Não acredito que possa haver chance de desenvolvimento social ou de promoção pessoal sem honestidade.
O nosso sistema econômico é extremamente competitivo e arrasta a descarregar os desejos em tudo que aparente superioridade. "Eu tenho que estar bem. Os outros que se desenrasquem!". "Primeiro eu, eu, eu ... e os outros que se danem!" E assim a sociedade se transforma em jaula de leões esfomeados. Os que atingem o poder pensarão só em si e desprezarão o bem comum. E o destino de um povo corrupto é o caos. Sim, porque para haver corrompidos tem que haver corruptores. Se há corrompidos de um lado é porque do outro há pessoas que facilitam, que calam, que querem ser beneficiadas.
Impressionante o silêncio perante o que está acontecendo em Chapadinha. Incompreensível a calma da Câmara, terrível a passividade da sociedade, injustificável o desinteresse dos partidos políticos, incongruente a inoperância da oposição! O único esforço, bem planejado, atuante e notório é o da atual administração que está dando oportunidades, o máximo de chance para qualquer se colocar como alternativa... pois não se vê o que está fazendo.
Esta passividade e incompetência são mais perigosas que os gritos de alerta que se começa a ouvir. Como vamos entrar em Chapadinha e andar pelo interior quando começar a chover? Quem dá responsabilidade e obriga a trabalhar não são os votos do povo, mas a posse aceite com consciência e outorgada por lei, já que estamos em estado de direito.
Queixava-se Rui Barbosa (1849-1923) num desabafo que parece atual e que resulta sempre em revolta da sociedade e descrédito das autoridades:"de tanto triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus... o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto".

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