quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Projeto Balaiada: Cultura, História, Turismo e Cidadania na Região do Baixo Parnaíba

Prof. Jânio Ayres (Gestor Regional da URE/Chapadinha)
Idealizador do evento


Por: Ivandro Coêlho - Blog Café Pequeno

Num ambiente cultural visivelmente inóspito como o nosso, uma iniciativa capitaneada pelo professor e filósofo Jânio Rocha Ayres Teles - e que já conseguiu a adesão de várias de pessoas, além de instituições públicas e privadas - parece despertar uma pontinha de esperança no meio da panaceia geral.


Estou falando do "projeto Balaiada" - uma ação que visa promover valores culturais e turísticos relacionados à Guerra da Balaiada na região do Baixo Parnaíba, Baixo Munim e Cocais, em especial Chapadinha. O projeto divide-se em duas ações principais: o Festival da Balaiada e a Semana da Balaiada.

Este ano, as atividades começaram desde o dia 07 de dezembro - com apresentações de trabalhos em escolas e a montagem de um standcontendo peças relacionadas ao movimento dos balaios na II ExpoChapadinha - e prosseguem até a próxima sexta (12), com o I Seminário da Balaiada, na Faculdade do Baixo Parnaíba (FAP). Para 2015, está prevista a realização de um arraial temático.

Stand na II ExpoChapadinha 
(Fotos: site da URE de Chapadinha)

De acordo com o professor Jânio Aires, a recuperação da história da Balaiada representa mais do que um simples movimento de valorização cultural e histórica. "Trata, na verdade, de um repensar da índole e da identidade maranhense a partir de sua história de lutas para vivenciar a cidadania e ter melhorias de qualidade de vida", declarou.

Um outro ponto positivo do projeto seria o incentivo ao turismo na nossa região, a partir da criação de uma agenda cultural permanente em vários municípios, além da articulação com o poder público e órgãos de fomento cultural, entre eles o Ministério da Cultura.

"Uma de nossas metas é em 10 anos ter a Semana da Balaiada consolidada no calendário turístico, cultural e escolar da região leste e nordeste maranhense", informou o professor Jânio Aires. Para isso, os organizadores pretendem divulgar tanto a semana quanto o festival nas agências de turismo da capital, secretarias municipais e estaduais de cultura, além de ministérios da cultura, turismo e educação.


A ideia é futuramente captar recursos das secretarias e ministérios para a consolidação e expansão das ações. Além do professor e gestor da URE de Chapadinha Jânio Aires, o "projeto Balaiada" conta com a colaboração de diversos profissionais de educação e pessoas da sociedade, entre eles Edinalva, Karoline Serejo, Victor Hugo da Costa Leite, Francinalda Araújo e Silva e Franciscarlos.

Jânio Ayres (de camisa escura) com Karoline Serejo, 
Victor Hugo e Ednalva Monteles

O projeto conta também com o apoio FAP – Faculdade do Baixo Parnaíba, Prefeitura Municipal de Anapurus, Prefeitura Municipal de Chapadinha, Unidade Regional de Educação de Chapadinha (URE), Sociedade Esportiva Real Brasil e Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Chapadinha (SINDCHAP).


Balaiada - A Balaiada foi uma Revolta popular ocorrida no Maranhão entre os anos de 1838 e 1841. Historiadores apontam como um dos motivos do conflito o fato de que grande parte da população pobre do estado era contra o monopólio político de um grupo de fazendeiros da região. Esses fazendeiros comandavam a região e usavam de força e violência para atingir seus objetivos políticos e econômicos.

Fortemente combatido pelo governo maranhense da época, que organizou forças militares com apoio de outras províncias, o movimento dos balaios foi derrotado definitivamente em 1841, com seu líder Cosme Bento sendo capturado e enforcado.

"Resgatar a história e a relação da Balaiada com a realidade do povo maranhense constitui-se um resgate da própria identidade dessa gente e de suas condições de vida precárias, desde a época da Balaiada até os dias atuais", disse Jânio.

*Ivandro Coêlho - é professor e jornalista.


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