terça-feira, 18 de outubro de 2011

A Verdade Sobre a Suzano no Baixo Parnaíba

 
Como jornalista e membro atuante do contexto pastoral da Igreja Católica, estive por inúmeras vezes participando de reuniões com lideranças de nove municípios da região do Baixo Parnaíba , em que estavam presentes, a Comissão Pastoral da Terra, o Fórum Carajás, o Movimento Sindical Rural , o Territórios Livres do Baixo Parnaíba e outras entidades da sociedade civil organizada. Em nenhuma delas, apesar de convidado nenhum preposto do grupo Suzano Papel Celulose se fez presente para contestar as inúmeras acusações que pesam sobre a empresa. A monocultura do eucalipto apesar de ter avançado nos nove municípios, nunca proporcionou qualquer benefício às populações atingidas e até as inibiu para a agricultura familiar. O grupo é acusado de ter anexado terras devolutas aos seus mais de 70 mil hectares, de ter retirado centenas de famílias de posses centenárias, de produção de carvão para siderúrgicas, de ter derrubado babaçuais para ampliar o seu plantio de eucalipto e de destruir plantações de bacuri e piqui, frutos naturais do cerrado.
 
 
A Igreja Católica e as várias entidades fizeram inúmeras denuncias ao Governo do Estado e ao Ministério Público Estadual. Se não foram apuradas lamentavelmente. O retrato da exclusão está bem vivo na região e constantemente alimenta informações com depoimentos dolorosos no Jornal do Fórum Carajás.
 
 
Se realmente o grupo Suzano Papel Celulose preza o jornalismo sério, imparcial defensor do meio ambiente sustentável e dos direitos e da dignidade de homens, mulheres e crianças vítimas das desigualdades no meio rural, deveria repensar o seu juízo de valor e ter responsabilidade em suas ações no Maranhão, e deixar os sofismas exacerbados. A verdade, e infelizmente muitas reservas naturais do Maranhão estão sendo substituídas pelo eucalipto para atender a voracidade do capitalismo selvagem, que prioriza somente o lucro, pouco se importando com o ser humano, com o meio ambiente, a fauna e a flora.
 
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