Roseana vem de novo à Chapada, vem olhar a turba e receber continência de seus aliados, os de primeira e os de segunda hora. A “classe política” tradicional – sociologicamente classe é outra coisa – já esboça seu "telekete" verbal, os dois principais grupos políticos brigam para saber quem tira mais proveito da visita da Rainha, digna de uma ópera-bufa. Todos eles a veneram, Ela os tem como papel descartável. Uma estradinha aqui, um poçinho ali, um carguinho acolá e, assim verniz em todos eles, Ela não deixa de passar. A Governadora candidata não suporta nenhum desses seus aliados, os fatos falam por si, um deles já se negou a recebê-la numa outra oportunidade e os outros, sempre leais, sempre foram mal recebidos.
É dessa forma secular que se faz política no Brasil, sempre usando a permissividade do modelo administrativo do Estado brasileiro para se barganhar cargos e obras em troca de apoios políticos, temos um modelo administrativo de Estado bem ao estilo monárquico absolutista, onde o rei ou imperador distribuía cargos a quem caísse em suas graças, tudo dentro da permissividade ou legalidade do sistema, servindo o Estado brasileiro de instrumento e sustentáculo ao grupo governante. Esse é um paradigma que o Brasil não transpôs embora a república tenha sido proclamada em 1889 e não há sinais de que vá transpor tão cedo. Lula é um fiasco, justamente por alimentar essa prática, é por isso que o Povo está desacreditado da Política.
Tudo isto vem sobre a fantasia de sorrisos rasgados, de discursos lacônicos e de uma falsa coloração de preocupação com o social. O som é dos melhores. Mas o que se esconde por trás da mensagem enuncia a morte da possibilidade de se construir uma sociedade saudável e prospera.
*Artigo extraído do Blog do Alexandre