GH Marmoraria & Vidraçaria

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quinta-feira, 25 de junho de 2009

PROGRAMA TERRITÓRIOS LIVRES BAIXO PARNAÍBA

O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Fórum Carajás, SMDH, CCN e FDBPM) abriu uma perspectiva completamente diferente entre as diversas forças que agem por dentro do Programa e para fora do Programa. Para o Fórum Carajás o que simbolizaria as suas atividades dentro e fora do Programa, mas com interfaces entre as duas camadas de intensa mobilização social, ambiental, econômica e política, seria a relação das comunidades tradicionais com o espaço onde residem. Destacaríamos, nesse contexto, a interação das comunidades com o extrativismo de frutas que compõe uma parte inviolável do seu modo de vida perante o mundo físico e mítico. Os três meses do ano em que a coleta de bacuri ocorre em quase todas as Chapadas do Baixo Parnaíba, e que nessa coleta acorrem moradores de todas as faixas-etárias, encarnam uma época de espera pela caída das frutas e de relativo descanso pelos meses posteriores de intensa labuta nas lavouras de arroz e outras culturas.

A equipe do Fórum Carajás percorreu várias áreas dos municípios de Chapadinha, Urbano Santos, Brejo, Mata Roma, Anapurus, Buriti de Inácia Vaz, Milagres e Santa Quitéria como forma de cumprir a obrigação de fundamentar a importância dos bacurizeiros para a economia e para a ecologia da região do Baixo Parnaíba e nesse pressionar, pois o tempo era curto, de comunidade em comunidade (Vila Borges, Vila Pandoca, Veredão, Guarimã, Saco das Almas, Gameleira, Macaco dos Vitor, Pólo Coceira, São Raimundo, Bom Principio, Guariba Gorda , Bom Sossego e etc) constatou-se a fundura tanto do ponto de vista espacial-ecológico como do ponto de vista ético que a espécie alcança, pois o recente avanço da soja, do eucalipto e das carvoarias principalmente em áreas ricas em bacurizeiros contribui para o empobrecimento maior do cerrado pela perda de uma espécie tão expressiva e para o empobrecimento maior das populações tradicionais que absorvem o desmatamento como uma chaga em peito aberto.

As visitas de campo feitas pela equipe do Fórum Carajás com representantes de sindicatos de trabalhadores rurais e de movimentos sociais da região do Baixo Parnaíba, durante quase um ano, entre o final de 2008 e o começo de 2009, esboçam uma tentativa de real composição das entidades sócio-ambientais com as comunidades que por séculos repararam pelos recursos naturais e que por esse histórico deveriam continuar apascentando esses recursos.
Mayron Régis, assessor Fórum Carajás

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