A Paróquia não é especialista em gestão pública. Não é empresa administrativa. Mas a Paróquia é composta de pessoas que pensam e escutam outros falar. Não queremos condenar ninguém. Apenas desejamos constatar uma realidade e pedir que não nos condenem ao desprezo ou ao esquecimento. Todo cidadão deve sentir responsabilidade pela coisa pública. Não suportamos quem se compraz na crítica malfazeja. Respeitamos, sim, quem fez melhor e é capaz de ajudar a fazer mais. Achamos que sugerir não é impor. “O conselho é como o café: só o aceita quem quer”. Fica aqui uma análise e uma exposição de alguns pontos de vista que nos parecem muito comuns no ambiente em que vivemos. Muito se fala na rua, muito se critica... Não queremos ir na onda, mas desejamos partilhar desejos, comparar opções, apontar outros modos de agir. Melhores? – Não sei. Diferentes!
1 – A administração municipal está dependurada. Espera que alguém lhe pegue. Urgente e necessário que surja alguém com garra para meter ombros à tarefa e não só para controlar verbas.
2 – As Secretarias estão amarradas. Não têm independência. Há concentração de poder e, sobretudo, de decisão. Isso humilha os responsáveis e impossibilita a criatividade e a ação.
3 – Já passaram seis meses e ignoramos o plano de trabalho da atual administração. (Este mal é tradicional!). Todos gostariam de saber quais as prioridades, as metas a atingir, os projetos, as linhas de ação que esta administração vai tomar. Sentimos o ambiente muito emaranhado, confuso, perdido... Da Câmara nada há a esperar.
4 – Melhoramentos públicos? - Poucos ou quase nenhuns. Espera-se há muito tempo uma rodoviária nova, aguardamos o funcionamento do “farol da educação”, do Ginásio do Campo Velho, da Praça do Povo... Em alguns bairros, a situação é muito má. Precisamos ver mais calçamento de ruas, menos poças de água, menos capim nas beiras, menos montões de lixo, mais iluminação pública... Tem que haver um esforço para uma educação popular mais responsável pelo ambiente: olhem como estão os olhos de água que circundam a cidade, onde se coloca o entulho dos quintais, como fica um espaço público depois de um evento... E haver mais uma disciplina nas escolas sobre isto ou uma escola volante na rua com educação social e popular?
5 – As autoridades devem aproximar-se mais do povo. A população não pode querer depender tanto da pedincha. Os casos urgentes, de necessidade absoluta, devem ser resolvidos por alguém que vá averiguar a situação e propor a solução. Populismo barato é alienação, prejudicial ao bem comum. O melhor elogio de uma administração é o que ela faz, não o que ela diz que poderá vir a fazer. Convence mais o que se vê do que palavras bonitas que se ouvem na rádio ou noutros meios de comunicação social.
Há uma maneira educada de criticar a coisa pública. Mas também se exige educação para ouvir sem melindres e sem vingança uma crítica construtiva.
6 – Uma administração eficaz não é precipitada. Não deve querer fazer tudo na primeira semana. Mas também não pode ser parada, não pode querer adiar tudo para a última semana. Obras na Praça do Povo, no Hospital HAPA... morosas demais. Equipamentos de Saúde a enferrujar no almoxarifado, ambulâncias a faltar, carros a apodrecer nas oficinas de mecânica, falta de água no hospital...
7 – Só a Secretaria de Saúde gasta em aluguéis, por ano, cerca de um milhão e meio (sabemos que há aí incluídos encargos sociais de funcionários). Mas é demais o gasto em aluguéis de prédios que estão sub-aproveitados. Não se poderia pensar na construção de um prédio para aumentar o patrimônio público e servir de Secretaria, Hospital... ? E a Prefeitura quantas caçambas, tratores... tem ? O dinheiro público se esvai, em aluguéis, não facilitando nem aumentando o patrimônio municipal.
8 – Porque será que, tendo o Município tanta população no interior a viver das roças, tão pouco se investe na promoção agrícola? A Casa da Família Rural não mereceria mais atenção das autoridades? A seleção de espécies de mandioca e de sementes, o estudo dos solos e sua correção, os campos experimentais, a fomentação de alfaias agrícolas de tração animal, a feira mensal de produtos locais... são sugestões. Sentimos revolta ao ver, de um lado, alfaias agrícolas de primeiro mundo e de outro atraso ancestral do tempo do pitecantropo.
9 – Uma coisa achamos que melhorou e muito: o barulho. Está maior e mais freqüente. Insuportável! Não se pode viver nesta cidade. Em todos os lugares e a qualquer hora do dia e da noite... Quem quer beber abre a goela e a capota do carro... e aí vai disto! Clubes noturnos infernizam o sono de quem tem que trabalhar no outro dia. As autoridades devem pensar que nem todos apreciam essas brincadeiras. E não julgo necessário um medidor de decibéis para se saber que barulho noturno está proibido por lei.
10 - Água é problema em Chapadinha. Em nosso entender só o Riacho Feio pode ser solução. Mas se demorarem... E já pensaram que o Cemitério da Boavista está chegando às cabeceiras da Macaoca?
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(*) FONTE: in Vida Nova - Boletim Formativo e Informativo das Paróquias de Chapadinha e Mata Roma // DIRETOR – Manuel Neves // DIRETOR-Adjunto – Pedro José; N°23 - 21/06/2009, pp.2-3.
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