Banda Engenho de Dentro surgiu a partir da composição de uma música
(Fotos: Eduarda Fernandes/G1)
Engenho de Dentro tem cinco anos e se destaca por fazer música autoral.
Músicos gostam de inovar com apresentação misturando tipos de arte.
Músicos gostam de inovar com apresentação misturando tipos de arte.
Uma banda que reúne elementos de outras artes além da música nos palcos tem atraído a atenção do público em Cuiabá. Formada há cinco anos, a banda Engenho de Dentro decidiu, há dois anos, mudar o conceito dos seus shows incluindo dança e até artes plásticas em suas apresentações. Enquanto os músicos desenvolvem acordes de ritmos variados, do jazz ao rock, uma dançarina se exibe junto à banda e um artista plástico pinta uma tela perante o público.
Dewis Caldas (contrabaixo) - também, é Jornalista
O som experimental da Engenho de Dentro é executado pelos integrantes Roger Dario (vocal), Robson Resner (gaita), Dewis Caldas (contrabaixo), Carlos Gontijo (teclado), Igo Bandeira (bateria) e Marcos Maia (guitarra). A banda nasceu de uma forma inusitada, na contramão do usual. Em meados de 2008, os músicos Roger Dario e Robson Resner se uniram nas horas vagas do trabalho para compor a música "Cadê Geni". Depois da composição finalizada, Roger disse a frase que deu início a tudo. "Vamos fazer uma banda para essa música".
Os músicos apresentam a Engenho de Dentro como uma banda sem rótulos. Dizem que fazem uma mistura que passeia entre os mais variados ritmos, do blues ao jazz, da MPB ao rock. A performance no palco é o que mais diferencia os músicos. Por mais de uma vez o artista plástico Jhon Douglas foi convidado a criar suas telas no palco, de acordo com o que a música lhe inspirasse. A inovação agradou e recentemente a Engenho de Dentro recebeu um convite para remontar a proposta no teatro do Sesc Arsenal, em Cuiabá.
Essa mistura de artes levou a banda a convidar uma dançarina para se apresentar em outro show, com a mesma concepção. Dessa vez a dançarina Aline Fauth seria guiada pela música da Engenho.
O maior problema enfrentado pela banda, relatam os músicos, é a falta de locais para tocar em Cuiabá. “Não é todo lugar que aceita bem a nossa proposta. Alguns têm uma segmentação muito fechada”, relata Carlos Gontijo. “A nossa música não é feita pensando em ser vendável, a gente faz e se gostarem é uma consequência”, pontua Dario.
Músicos da Engenho de Dentro dizem que não gostam de rótulos:
tocam blues, jazz, MPB e rock
(Fotos: Eduarda Fernandes/G1)
Composição própria
Desde a primeira formação a premissa sempre foi fazer música autoral. Como todos os integrantes têm profissões paralelas, o que arrecadam em shows é investido na própria banda, na compra de instrumentos e figurinos.
E a extravagância dos músicos vai além dos palcos. O próximo projeto é a gravação de um CD, idealizado e produzido por eles mesmo. A banda planeja se recolher por um tempo na cidade de Chapada dos Guimarães, a 65 quilômetros de Cuiabá. E lá, isolados do mundo, pretendem 'vomitar suas ideias', como diz Robson Resner. O vocalista Rober Dario explica que Chapada foi escolhida pela energia da região. "É a mescla do bem e do mal. Pela paz e pelo caos que nos causa. E também pelo fato de podermos emprestar da natureza toda a inspiração". Durante a reclusão, a intenção do grupo é também gravar um curta-metragem sobre o produção do disco e a trajetória da banda.