*Por: Almir Moreira – Advogado
Partidos do campo democrático realizaram no último final de semana seminário sobre política. Entre ilustradas figuras da política da Chapada se fez presente Flávio Dino, ex-juiz de direito, ex-deputado federal e candidato ao governo do Estado no pleito passado. Nome de peso na política maranhense, talvez o que se tem mais de novo como personalidade na nossa história mais recente, figura conhecida nacionalmente, dotado de notável saber jurídico e engajado desde moço na luta pela democracia sabe navegar bem nas ondas do mundo real. Muito caminho ainda tem pela frente e, caminho difícil e tortuoso, enfrenta uma estrutura política azeitada e com tentáculos no coração da República.
A longevidade de José Sarney, que o diga. Derrotado nas urnas fez a Suprema Corte da Justiça Eleitoral se curvar a sua vontade. Enfrenta o seu próprio povo, por qual luta, enfrenta em razão da ignorância, do medo e do fetiche resultado de anos a fio de dominação econômica e cultural.
Dino encarna o Maranhão deste Brasil moderno que vai se moldando sob a égide do PT e dos partidos do campo democrático como o seu, que vai aos poucos se tornando mais laico, democrático e plural. O Maranhão da fome, da miséria e do ranço dos coronéis, não pode seguir sem que os traços da modernidade coexistam, e será neste choque, nessa unidade dos contrários, que se romperá com esse passado perverso.
Flávio Dino, temperado nessa luta, expressa a modernidade.
Este seminário, além do seu fim especifico, também deve servir para mostrar que a política real não se faz em guetos e sob o manto da falsa moral, o crescimento dos aparelhos do Estado e das instituições exige em muitas situações políticas de alianças, percepção de que as vezes é melhor cumprir etapas do que queimá-las a qualquer custo. E Flávio Dino em sua história recente dá exemplo e aula sobre a política real, para se eleger Deputado Federal não recorreu a nenhum clube do bolinha, foi pescar em águas alheias soube fazer alianças sem se comprometer e se corromper, foi leal exigindo lealdade, não negou suas origens, mas soube ceder. Talvez tenha dado um passo atrás para dá dois à frente. Imagine no interior do Maranhão, onde as prefeituras são quase tudo, preso a uma política, que chamo de golpista, porque só serve o poder se for de uma vez, as oposições geralmente nanicas, muitas vezes em nome de uma falsa moral negam alianças, fogem de participar como coadjuvantes e se isolam permitindo a perpetuidade da política tradicional.
Gostei de Flávio Dino e votei nele, e na época me manifestei publicamente sobre meu voto e a razão de minha preferência, porque sabia e sei ser ele um traço desta modernidade que chega com o nome de democracia.
*Artigo extraído do Blog do Alexandre Pinheiro