Virou bate-boca político com ameaças de processos mútuos o escândaldo do 11 a 0 ocorrido no jogo entre o Viana e Chapadinha semana passada. O deputado Paulo Neto (PHS) e a prefeita Danúbia Carneiro (PR) recuaram em parte nos termos mais fortes das denúncias que fizeram.
Paulo Neto ocupou a tribuna da Assembleia e após o discurso, em conversas com jornalistas, confirmou o suposto pagamento de R$ 50 mil para o Chapadinha abrir o jogo e desclassificar o Moto Clube. Disse, no entanto, que em momento algum acusou Danúbia de participação no caso.
“Eu não tenho prova. Esse foi o noticiário de quando o time chegou na cidade. É o povo todo de Chapadinha quem diz que houve o pagamento de R$ 50 mil. Todo mundo acha que o resultado foi facilitado por dinheiro. Se eles estão dizendo que é mentira, então digam qual é a verdade. Normal não foi. Se não foi dinheiro, o quê aconteceu? Por isso estou sugerindo a delação premiada aos jogadores”, justificou-se.
Paulo Neto, no entanto, promete processar a Danúbia por causa de sua declaração ao Globoesporte.com chamando-o de “o maior bandido do Baixo Parnaíba” (veja abaixo ou aqui). Entrevistada pelo radialista Geraldo Castro nesta segunda-feira (19), à tarde, ela também recuou da declaração. Disse que se referia ao fato do deputado ter sido apontado pelo Ministério Público com um dos mandantes da morte do prefeito Raimundo Bartolomeu Aguiar, o Bertin, em 2007.
Danúbia disse que vai processar Paulo Neto por ter envolvido seu nome e da prefeitura no episódio dos R$ 50 mil. De acordo com ela, ele vai ter de provar na justiça que a administração municipal paga a folha do time do Chapadinha. “A prefeitura não tem responsabilidade de pagar jogador. O time tem seus patrocinadores. Ele vai ter de provar tudo isso porque não somos moleques”, assegurou ela. Ouça aqui.
Paulo Neto, por sua vez, confirma esta denúncia. “Eu trago é 50 jogadores e ex-jogadores que confirmam recebimento de salário pela prefeitura”, disse.
Também ouvido pela Mirante AM, o ex-prefeito Magno Bacelar, o “Nota 10″, contou que o deputado tenta tirar proveito político da situação por causa das eleições do próximo ano. Comandante do Galo da Chapada, ele conclamou a Assembleia, o Ministério Público e a Justiça a esclarecerem de uma vez a morte de Bertin. “Aqui (o jogo) é suposição. Lá é fato. O prefeito foi morto”, declarou.
“Nota 10″ explicou que a pressão da torcida do Viana e o tempo escuro foram as principais causas da derrota do Chapadinha. “Tivemos bola na trave. Não se via nem a bola. Era para o juiz terminar a partida. Eu só via a rede balançando”, completou. Ouça aqui.
Blog Décio Sá - Imirante.com