No interior do Maranhão, a 252 quilômetros de São Luís e quase divisa com o Piauí, já seria um sucesso a experiência de interiorização do ensino superior realizada pelo governo federal, não fosse um detalhe: apenas 20% dos 150 hectares de um campus avançado da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), município de Chapadinha (foto), podem ser utilizados para aulas práticas de agronomia, zootecnia e ciências biológicas. O restante está ocupado por invasores.
E não são sem-terras. São gente de posses, dentista, advogado, comerciante e até um ex-sargento da Polícia Militar. A prefeitura doou o terreno para a Universidade em 1983. Ali funcionou uma escola de pedagogia que realizou apenas um vestibular, formou uma única turma e fechou as portas em 1986. Em 2006, quando o campus foi reaberto e transformado no Centro de Ciências Agrárias e Ambientais (CCAA), constatou-se que a própria prefeitura, em diversas gestões, autorizou a ocupação ilegal. Mesmo assim, o campus funciona com 406 alunos e 51 professores. Entre estes, 24 são doutores, o que faz de Chapadinha, proporcionalmente, a maior concentração de professores-doutores do Maranhão.
O diretor do campus, Jocélio Araújo (foto), concorda que a vida tem poucos confortos na região, entre as de IDH mais baixo do Brasil. “Mas é por isso que estamos aqui, para a transformação”, diz.
Fonte: Valor Online
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