Sempre com um olhar especial para o homem do campo, a prefeitura de Chapadinha, através das secretarias municipais de Assistência Social, Esporte, Obras, Agricultura, Transporte e em parceria com a empresa Tecsan, implantou no início do mês de outubro, o projeto “Integrado Comunitário Sustentável Alimentar” no povoado da Mangabeira.
O projeto, que surgiu da necessidade de auxiliar o pequeno produtor a utilizar de maneira racional os recursos que dispõe na natureza, vai servir de vitrine para outros trabalhos, que devem ser implantados na zona rural.
Com objetivo de mostrar ao agricultor que é possível desenvolver uma atividade econômica rentável no campo, o projeto busca sensibilizar a comunidade a trabalhar em conjunto e assim levar o conhecimento ao maior número de pessoas possível.
O lavrador Francisco Alves Viana, de 58 anos, conta que esta é a primeira vez que ver um trabalho do modelo que está sendo desenvolvido na comunidade. Participante ativo, ele está otimista com o resultado do trabalho.
“Sempre trabalhei com roça de toco e com muita dificuldade aprendi a cuidar da terra e saber a hora certa de plantar e colher, só observando a mudança do tempo. Isso aqui é diferente de tudo que já vi. É uma coisa muito boa, vamos melhorar de vida. Comecei do zero, eu que risquei as linhas e também ajudei a cavar. O básico do nosso sustento vai sair daqui. Não me arrependo de ter deixado a roça de toco. Tenho que certeza que vou ver o resultado, que vai ser bom!” afirmou o lavrador.
Com uma previsão de dois meses para começar a apresentar resultados, os trabalhos estão sendo desenvolvidos em uma área de 11mil metros quadrados, em sistema circular para aproveitar melhor o espaço, e no local devem ser plantadas hortaliças folhosas (alface e couve), ou seja, os produtos mais consumidos pela comunidade. E no entorno devem ser cultivadas hortaliças frutos (maxixe, quiabo, pepino) e a melancia, que vai ser o carro chefe do projeto. A fruticultura, também deve ser desenvolvida, com a produção de maracujá e mais um canto experimental deve ser separado para o cultivo de milho, mandioca, arroz, feijão, tudo de forma racional.
A etapa de preparo do solo e irrigação já está concluída e de acordo com o engenheiro agrônomo responsável pelo projeto, Jorge Faro, a partir desta semana começa o plantio das sementes, que estão sendo preparadas em um canteiro separadamente.
Ainda de acordo com o engenheiro, a região de Chapadinha sofre com três condições adversas que foram levadas em consideração na elaboração do projeto: alta temperatura, ventos fortes e baixa umidade. Para evitar prejuízos foi utilizado o sombrite, que cobre toda a área cultivada. Esse material tem como principal função reduzir a incidência solar em até 50% e também proteger as plantas dos ventos.
No total serão trabalhadas cinco estações de atividades produtivas e a aposta no retorno econômico mais rápido é a criação de galinhas caipiras, o conhecido caipirão. O sistema de criação não convencional em uma área de 20 metros quadrados em forma circular, consiste no método de semi-confinamento, onde os pintos devem ficar os 25 primeiros dias confinados e depois soltos por um corredor revestido de tela em uma área de pasto, com aproximadamente 3 metros quadrados por ave adulta. Com essa técnica pretende-se ter um plantel em 75 dias atingindo uma média de 2,5 a 3 quilos e isso sem perder a característica de caipira à base de uma alimentação balanceada. A técnica dará um bom rendimento, agregando valor à produção das famílias do projeto.
“Com esse projeto pretendemos mostrar que em uma pequena área, com planejamento e escolha correta do tipo de cultura, podemos tirar o pequeno produtor da condição de dependente e torna-lo fornecedor de produtos para o mercado local. Uma área, por menor que seja, pode render bons frutos se for trabalhada de maneira correta e racional. Estamos trabalhando com uma tecnologia de bioarquitetura, aproveitando tudo na natureza, sem agredir ao meio ambiente. O mais importante disso tudo é fazer com que os produtores entendam a importância da segurança alimentar e nutricional. Além do trabalho com os adultos estamos também desenvolvendo um projeto paralelo para ensinar a importância da segurança para as crianças da região” , disse o engenheiro Jorge Faro.
Para o secretário municipal de Assistência Social, Francisco Paiva, o projeto está dando certo porque todos os envolvidos no projeto estão se dedicando.
“Estamos trabalhando com dez famílias nessa região, que antes era improdutiva e, que hoje, vemos uma nova realidade. Acreditamos que vamos além, pois graças a parceria com o SENAR estamos formando novos profissionais em diversas áreas produtivas, nove regiões que formam turmas dia 22 deste mês. Temos certeza que não teremos dificuldades em implantar esse projeto em outras regiões do município. A prefeita Ducilene Belezinha acredita na ideia e apoia a iniciativa e isso faz a diferença para que o resultado final seja um sucesso: fonte de renda e desenvolvimento para o homem do campo”, concluiu o secretário.
Com a conclusão do projeto, com previsão para o início do mês de dezembro, objetiva-se uma geração de renda líquida mensal para cada produtor de R$ 1.200.