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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Chapadinha 2012: Avançando no Debate!

por: Jânio Rocha Ayres Teles (foto)
A respeito de tudo o que tem sido dito em alguns blogs acerca da política de Chapadinha (MA), especialmente nos blogs do Dudu Braga, do Antenor e do Alexandre Pinheiro, vale lembrar que a política local não pode ser desvinculada do contexto estadual, nacional e, até mundial.

Vejamos.

No século XIX, quando Chapadinha foi elevada à categoria de vila, o contexto nacional era o da Proclamação da República (que estamos inclusive às vésperas de sua celebração, em 15 de novembro). Um ano depois do acontecimento nacional a população local sentiu seus efeitos.

Em 1938, por ocasião da elevação à categoria de cidade, isso não se deu de forma isolada. Na época, Getúlio Vargas implementava uma política de urbanização do interior do país, além de incentivo à vinda de nordestinos do sertão para a região amazônica e pré-amazônica, promovendo o aumento populacional de nossa área e o surgimento das precondições para a instauração de uma cidade nesta chapada.

Há que perceber que, nesse período, a política chapadinhense esteve ligada essencialmente a um grupo político, o dos Vieira e Almeida.

Tal situação se manteve até a década de 60, quando em nível nacional ocorrera o Golpe Militar e ascenderam no cenário nacional e estadual novas figuras políticas, como no caso dos Sarney no Maranhão.

Em Chapadinha, por sua vez, emerge o grupo Pontes de Aguiar, que aqui se manteve forte durante a Ditadura Militar. Ao seu ocaso, no início da década de 80, com o governo José Almeida, abriu-se margem para a eclosão de um novo grupo político que iria fragilizar os anteriores: o grupo Isaías.

O grupo Isaías, por sua vez, permaneceu afinado com a política nacional e estadual na década de 90, quando o Neoliberalismo atingiu o seu auge.

Contudo, no início do século XXI, com os primeiros sinais de crise do Neoliberalismo e do modelo econômico do grupo de FHC, começam as crises locais. Daí o grupo Isaías (ligado ao PSDB, 45) perdeu o poder para um aliado nacional: o PFL (25).

Em Chapadinha, o grupo Magno Bacelar chega ao poder fortalecido com o apoio da governadora, do mesmo partido, e do Governo Federal (em que o vice presidente era do PFL).

Contudo, a perda do poder em nível nacional por parte do grupo FHC fragilizou o governo local, que assim só teve uma atuação mais tranquila nos dois primeiros anos de mandato (até 2002).

Em 2003, quando Lula assumiu, uma nova realidade política se fez no Brasil (semelhante àquelas), e em Chapadinha. Magno Bacelar, de um partido opositor ao do presidente, passou a ver sua estrutura financeira municipal começar a definhar, mas ainda tinha fôlego inclusive para uma re-eleição, especialmente porque ainda tinha um forte apoio do grupo Sarney.

Entretanto, tal situação não poderia se sustentar, inclusive com a saída de Roseana do PFL e sua adesão ao PMDB (sem contar o tempo em que José Reinaldo e Jackson estiveram no poder). Magno precisava mudar para a base aliada do presidente, o que realizou aderindo ao PV, 43) e lançando uma candidata pelo PR, 22, ambos próximos ao presidente. Talvez o que não se previa é que o PV iria lançar candidatura própria (rs).

Finalmente, com a eleição de Dilma para presidente e de Roseana no Maranhão, com vice do PT, o quadro político local passa por uma nova alteração: o PT para a estar fortemente inserido no cenário nacional e estadual, o que se reflete em nível municipal.

O momento que estamos vendo corresponde àquele da década de 80, quando o grupo Isaías chegou ao poder, ou do início do século XXI, quando o grupo Magno Bacelar chegou ao poder.

O forte vínculo do PT local com o vice-governador, somado à não eleição dos candidatos a deputado, representantes dos grupos políticos locais, proporcionou um equilíbrio de forças que se projetará em 2012. A chamada terceira via ainda se constitui como um projeto que se molda de maneira ainda disforme. Contudo, não se trata de um processo unicamente local. O Contexto estadual e nacional exigem uma reformulação das forças políticas locais no sentido da eclosão de grupos mais ligados à base da presidência e do governo estadual, com uma proposta de combate à corrupção e de eficiência político-administrativa.

Somado a tudo isso, uma das principais propostas de Dilma é a Reforma Política que, se for implementada, poderá fragilizar ainda mais as bases dos políticos acostumados a ganhar a partir de métodos tradicionais.

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