José Antonio Bastos (*)
Os trabalhadores rurais da Comunidade Guaribas I - São Bento, no município de Urbano Santos, Baixo Parnaiba, estiveram presente ontem 14/01, na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais para mais uma audiência com o proprietário que se diz dono da área que está em disputa. A Associação dos lavradores entrou com um pedido de arrecadação sumária no ITERMA de (551 hectares) em 2013, portanto os moradores aguardam decisão cabível do órgão fundiário, assim concretizando uma longa batalha.
O proprietário vem fazendo vista grossa e alguns conflitos já têm acontecido envolvendo as duas partes. Os camponeses precisam da terra, pois os mesmos já moram lá há muitos anos, eles vivem da agricultura de subsistência e da criação de pequenos animais como galinha, porco e cabras.
Segundo informações do Pedro, presidente da associação o latifundiário estar querendo proibir os lavradores de exercer suas atividades agrícolas na área alegando que ela lhe pertence por direito hereditário. Na verdade a família influente que dominou durante muito tempo a região das Guaribas e adjacências ainda tem vertentes da chamada exploração do homem do campo pelos mandantes e coronéis. Naquele tempo era fácil apossar-se de grandes faixas de terras e ainda mais quando estas famílias tinham o apoio de gestores e de cartórios. Parte das terras devolutas do estado do Baixo Parnaíba foram tomadas por estas famílias influentes onde se pode perceber fazendo uma análise histórica sobre o ciclo das fazendas no final do século XIX e inicio do século XX. A Guaribas I – São Bento estar dentro desse contexto, pois antigamente era uma terra habitada pelos índios, depois começou a povoação com os agregados e retirantes do Piauí e Ceará.
A terra do São Bento é do povo, dos camponeses que lutam no dia-a-dia suando o rosto para alimentar seus filhos, plantando abóbora, maxixe, quiabo, feijão, arroz e fava, eles querem Reforma Agrária na “Lei ou na marra!” “Povo manda, governo obedece” “Democracia e liberdade, no campo e na cidade” –, são palavras de ordem das Redes e Fóruns da Cidadania, movimento esse que associação faz parte.
Os integrante da associação não vão se aquietar enquanto isso não for resolvido. O sonho pela posse da terra para a lavoura de São Bento é mais um capitulo que retrata a luta dos menos favorecidos em busca de seus direitos sociais. Quando a terra for regularizada a associação pretende estabelecer um assentamento sócio extrativista em boa relação com a terra e, sobretudo com o meio ambiente.
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