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Quando saí de Chapadinha aos 17 anos de idade em 1974 para Teresina (PI), ainda embalado pelo som do iê-iê-iê da jovem guarda, do fumacê de Gil e maluco beleza de Raul Seixas, vi pela primeira vez os Jackson Five arrebentando na televisão ainda em preto e branco. Michael Jackson com 15 anos era tudo que alguém na nossa idade podia almejar: talentoso, cantava e dançava lindamente. Até me atrevi a fazer alguns de seus passos.
O que não sabia então, e só fui tomar conhecimento muito depois, o quanto era sofrida aquela construção de mito. Vivendo uma vida adulta infeliz e atormentada.
O talento o levou aos pícaros da glória, para usar um chavão. No entanto, ele continuou patinando na infelicidade, sem conseguir fazer as pazes com o passado, com as raízes, com os próprios sentimentos, o que lhe acarretou todo tipo de problema.
Com o massacre de informações sobre sua vida e sua morte, pouco tive oportunidade de sofrer por causa de Michael Jackson. Na última terça, durante os funerais, finalmente chorei na hora do "WE ARE THE WORLD" , que os convidados cantaram em uníssono. Chorei de tristeza pela sua partida tão cedo, de pena pelo homem infeliz que foi e com tudo que teve para ser feliz. Mas nem tudo o dinheiro compra.