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quarta-feira, 4 de março de 2009

As chapadas insolentes de Urbano Santos e Santa Quitéria - Baixo Parnaíba Maranhense

Imagem meramente ilustrativa
Desviem-se: empregar os bacurizeiros das chapadas insolentes do Baixo Parnaíba maranhense e a teima das comunidades de São Raimundo e Bom Principio – município de Urbano Santos – que travaram possíveis projetos de soja ou eucalipto do senhor Evandro Loez para mais de três mil hectares de área de chapada – transbordante de bacurizeiros e pequizeiros – quase ao pé do município de Anapurus -, para que o Incra vistorie a área e crie um projeto de assentamento federal.
Para o agronegócio da soja e do eucalipto, os limites territorial, fundiário, social, cultural, histórico, econômico e ambiental praticamente inexistem de um município para o outro ou intra-municipio porque passa dia e passa menos dia as atividades de demarcação de terras, desmatamento e queima de mata nativa em baterias de carvoaria e plantios de soja e/ou eucalipto por parte de proprietários de terra e empresas de reflorestamento congestionam as demais atividades econômicas, sociais e ambientais existentes nos municípios e praticadas por dezenas de comunidades agroextrativistas do Baixo Parnaíba maranhense.
Afora digerir e repetir sem pensar o discurso altamente positivista – tipo “ordem e progresso” - de que grandes empreendimentos geram muitos empregos, dificilmente os articulistas e jornalistas da malta local responderiam quem eram os mais de mil trabalhadores que marcharam em defesa do licenciamento da Margusa/Gerdau pelo primeiro de maio de 2007 no município de Urbano Santos. Certos articulistas e jornalistas noticiaram esta marcha e seus currículos desbotaram muito por que seus comentários atendiam apenas o lado de quem arrendava, a Paineiras, e a arrendante, Margusa/Gerdau.
Faz mais de vinte anos que a Paineiras cronometra mais da metade das terras de Urbano Santos e Santa Quitéria e os seus trabalhadores são, em sua maioria, moradores locais, mas para os municípios como um todo, quais foram os ganhos? Sabemos das perdas. Queda na produção de farinha d’água, perda da biodiversidade, diminuição da vazão do rio Boa Hora, concentração de terras e especulação em cima dessas terras por parte de plantadores de soja. Um desses plantadores de soja, o Sr. Gilmar, dono de áreas em Brejo, Chapadinha e Santa Quitéria, tenta aliciar os povoados do Pólo Coceira para liberarem sua entrada em mais de vinte mil hectares que a Paineiras se diz dona. Os moradores rejeitaram a proposta do senhor Gilmar e pretendem resistir aos correntões, aos fornos e aos eucaliptos da Paineiras quando ela quiser entrar.

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Mayron Régis, jornalista Fórum Carajás - Esse texto faz parte do programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba, apoiado pela ICCO e realizado de forma conjunta com a SMDH, CCN e Fórum em Defesa do Baixo Parnaíba

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