É sempre uma tarefa complicada tratar de temas complexos no calor de eventos traumáticos e revoltantes como a morte de mais um trabalhador vitimado por marginais, o que acabou por escancarar a situação de insegurança que Chapadinha se encontra mergulhada.
Nas reações por redes sociais e em conversa de rua se procura culpados com a mesma facilidade com que se defende o perigoso “olho por olho” que pode levar cegueira com relação à visão geral do problema e produzir outras vítimas inocentes com linchamentos ou coisas do gênero. Apesar da complexidade do problema três pontos – a meu ver – se mostram mais óbvios como geradores do quadro: o pequeno número de policiais, a falta de investigação e inteligência e o avanço das drogas sem que os governos tenham campanhas preventivas contra elas.
Falta de Policiais
Qualquer medida que se possa esperar no combate ao crime depende de um efetivo muito maior que o contamos em Chapadinha. Sem equipamentos nossos poucos policiais são verdadeiros heróis, mas é impossível um serviço a contento com o número de agentes da lei que dispomos.
Quem quiser fazer algo urgente para conter a onda de violência em Chapadinha deve buscar meios para sensibilizar o governo do estado para o aumento dos efetivos das polícias civil e militar. Com a palavra deputados, prefeitos e lideranças políticas que dizem ter prestígio com os atuais mandatários do estado.
Investigação e Inteligência
Se fizermos um apanhado dos 10 últimos homicídios aqui registrados constataremos que se um chegou a ser devidamente esclarecido é muito. Para retirar bandidos das ruas prendendo ou dissuadir diante da possibilidade de prisão é preciso investigação que consiga produzir provas e até antecipação à prática criminosa por meio de um serviço de inteligência eficiente. Mas as condições para investigações e serviços de inteligência recaem na mesma falta de efetivo e equipamentos que é obrigação da esfera estadual. Por enquanto a falta de elucidação é convite para novos crimes.
Prevenção às Drogas
Do Plano Nacional de Combate ao Crack do Governo Federal que aqui não chegou ao PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência) que foi interrompido em 2013 pela Gestão Municipal, Chapadinha segue sem políticas públicas de prevenção ao abuso das drogas. Enquanto os especialistas apontam o aumento da violência como consequência do avanço das drogas e em especial do Crack não temos ações governamentais de tratamento ou prevenção.
Problema de Todos
Embora evidentes as obrigações das diferentes esferas governamentais a responsabilidade com o drama da criminalidade é de todos na constatação de que vítimas e algozes saem da mesma sociedade que tem famílias, igrejas, escolas e sociedade civil que precisam se organizar para fazer alguma coisa, a começar pela cobrança às autoridades.
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