Policiais civis do Núcleo de Inteligência Policial (NIP), da Polícia Civil do Pará, prenderam, na noite da última segunda-feira (23), em Chapadinha, interior do Maranhão, o comerciante Ézio Gonçalves Montes (foto), 42 anos, goiano, conhecido por “Ézio do Tato”. Ele é apontado como um dos mandantes da morte do vereador Gerson Elísio Cristo (PT), em 7 de outubro de 2006, em São Félix do Xingu, sul do Pará.
O acusado estava com mandado de prisão preventiva decretado pela Comarca Judiciária do município. Após ser preso, Ézio foi conduzido pelos policiais para a sede da Delegacia-Geral da Polícia Civil, e depois conduzido ao Presídio de Americano, em Santa Izabel do Pará, nordeste do Estado.
O delegado Miguel Cunha, diretor de Polícia do Interior, informou que “Ézio do Tato” é acusado, juntamente com o pai, o fazendeiro Joaquim Gonçalves Montes, conhecido por “Joaquim do Tato”, de mandar matar o vereador. Joaquim está foragido. A vítima atuava em defesa dos trabalhadores rurais. Esse fato é apontado como motivação do crime, pois os fazendeiros imaginavam que o vereador incitava ocupações de terras e, assim, passaram a persegui-lo. Gerson Cristo foi alvejado com três tiros na cabeça, no momento em que chegava em sua residência, no distrito de Vila Sudoeste, a 250 quilômetros da sede de São Félix do Xingu. Os autores do crime foram dois homens em uma moto. O primeiro acusado de envolvimento no assassinato foi preso em 29 de outubro de 2006, em Tucumã, sul do Pará.
Edimilson Folhas de Araújo, conhecido por “Biró”, é apontado como o homem que conduzia a moto.
O segundo a ser preso foi Jânio de Jesus Araújo, apontado como responsável pelos disparos contra a vítima. Ele foi preso em 2007, no bairro da Terra-Firme, em Belém, após ter o rosto divulgado nos jornais e ser denunciado por populares ao serviço Disque-Denúncia, fone 181, do Sistema de Segurança Pública. Em 11 de fevereiro deste ano, na fazenda Figueira Branca, em Nortelândia (MT), a Polícia Civil prendeu outro envolvido no crime. Trata-se do goiano Valtir Correia da Silva, 42, de apelido “Ducha”, acusado de agenciar a contratação dos pistoleiros. Os três acusados confessaram participação no crime e apontaram o fazendeiro “Joaquim do Tato” e o filho dele, “Ézio do Tato”, como mandantes. Conforme as investigações, o crime todo custou R$ 13 mil. Do total, R$ 8 mil, em dinheiro e cheques, foram usados para pagar os pistoleiros. O restante (R$ 5 mil) foi dado ao agenciador do crime.
Na época do crime, o inquérito policial foi presidido pelo delegado André Albuquerque, que identificou os acusados e solicitou à Justiça as ordens de prisão. Agora, a Polícia Civil está à procura de “Joaquim do Tato”. Denúncias sobre o paradeiro dele devem ser feitas ao fone 181 (Disque-Denúncia).
Conforme o delegado Miguel Cunha, diretor de Polícia do Interior, “Ézio do Tato” apresentava dois endereços diferentes. Um deles na Avenida Ataliba Vieira de Almeida, em Chapadinha (MA), e outro na rua 12 de Outubro, em Araguaína (TO). Ao delegado, Ézio alegou que, após o crime, fugiu para o Tocantins e depois seguiu para o Maranhão, onde residia. Sobre o crime, o acusado disse que iria se manifestar somente na presença de advogado. Ele vai responder, como co-autor, do crime de homicídio qualificado.
(Da Redação com informações da Polícia Civil).
Diário do Pará